Sempre gostei de Orquídeas
Todos meus amigos sabem disso
Elas são lindas, únicas
Florescem uma vez ao ano
Mas dão o melhor de si nessa florada .
São brancas, roxas, amarelas,
mariscadas, lilases
Não importa a cor
Caracterizam-se pela seletividade
Precisam de água na medida certa
Sol na medida certa
Sombra na medida certa
Adubo na medida certa .
Como disse, são seletivas.
(…)
Ganhei uma bacia de alumínio
Bem grande de minha mãe .
Plantei várias mudas de Onze Horas
Seguindo a sugestão de um jardineiro .
Comparada à Orquídea,
É como a água e o vinho .
Essa planta simples
Me deu uma grande lição de vida
As mudas cresceram rapidamente
Encheram a bacia .
As flores amarelas
Abriram-se com a maior facilidade
E alegraram o meu jardim
Uma beleza tão grande
Que me encantou .
Uma beleza sem exigências
No sol quente
Com pouca água
Ou somente com a água da chuva .
Uma beleza sem cuidados especiais
Uma beleza que se multiplicava
A cada mudinha que eu replantava .
Gostei tanto
Que agora eu tenho outras cores
Brancas, vermelhas e roxas .
De onze horas
Já tenho quarenta e quatro horas .
Foi inevitável a comparação
Entre a beleza livre de vaidades
E as poucas Orquídeas que tenho
Tão seletivas .
O que concluir?
Concluir que gosto
E gostarei sempre de Orquídeas,
Mas prefiro às Onze Horas .
Agradeço a Deus por ter me “Jogado” na vida,
Sujeita a todas as intempéries .
Sujeita à tristeza, à alegria
A encantos e aos desencantos .
Sujeita a ânimo, a desânimo
A cair, a levantar, a ajudar e a ser ajudada .
Gosto de Orquídeas, porém sou Onze Horas .
OBS.: Escrevi esse texto no dia em que recebi em minha casa Gilson, Cristina Brandani , Lucinha Brandani.
Neste momento da vida deles, peço a Deus que sejam “Onze Hora”, sem perder a delicadeza das “Orquídeas” .